segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fada Titania


Titânia é uma das Rainhas das Fadas mais conhecidas. Seu nome é o título da Mãe Terra como origem de todos os Titãs gigantescos, Com o tempo, o tamanho das fadas diminuiu e deixaram de ser maiores que os mortais para serem bem menores que eles.

Com 31 anos, em 1595, o jovem William Shakespeare, escreve sua obra "Um Sonho de uma Noite de Verão", imortalizando a bela Titânia, a qual concede o título de Rainha dos Duendes e das Fadas.

No original inglês a obra se chamou "Midsummer's Nihht", que significa literalmente "Noite do solstício do verão", que no hemisfério norte, corresponde a noite de São João, quando as leis mortais caem derrogadas e o mundo das fadas e dos duendes saem à superfície para celebrar suas festas.

A genialidade dessa obra visa fundir todos os componentes da tradição popular referente ao mundo das fadas, até criar uma obra literária em que a imaginação e a realidade se misturam. Assistimos a dois mundos paralelos que convivem e se confundem: a realidade representada por dois casais apaixonados que se encontram no bosque e a fantasia encarnada pelas fadas. Estes dois mundos, em aparência tão distantes, terminam influenciando-se, de modo que as fadas intervêm na vida dos homens.

Shakespeare utiliza os diálogos dos personagens não só para explicarmos a trama, mas sim para caracterizar seus personagens.

Em uma cena Titânia se apresenta em uma discussão com Oberon, porque a rainha tem como pajem um rapaz que deseja Oberon como cavaleiro, porém Titânia não quer lhe entregar:

"...Entra, por uma porta, o rei das Fadas, com sua escolta, e pela outra, a rainha, com a sua.

OBERON -Orgulhosa Titânia, é mau indício assim nos encontrarmos ao luar.

TITÂNIA - O ciumento Oberon! Fadas, partamos; abjurei do seu leito e companhia.

OBERON - Detém-te, presunçosa; acata as ordens de teu senhor.

TITÂNIA - Então, senhora eu sou. No entanto eu sei que do país das fadas vieste furtivamente...."

Como indica o texto acima, o rei e a rainha entram cada um com sua escolta. Oberon, o rei das Fadas, se enfrenta diretamente com Titânia; esta não se mostra dócil nem submissa, mas sim o contesta e é o início de um ataque verbal entre ambos. Assistimos a uma rainha com caráter, orgulhosa e poderosa, que desafia o rei e demonstra que é ela quem verdadeiramente manda no País das Fadas. Mais tarde, Oberon, vencido, recorrerá aos filtros mágicos para burlar e ridicularizar a Titânia, manobra usada por quem se sabe inferior."

Em seguida, em outra cena, é a própria Titânia que se define:

"Eu não sou um espírito da natureza vulgar:o verão todavia, segue servindo-me em meu séquito..... Te darei fadas que te sirvam, e te trarei jóias do abismo do mar, e cantarão enquanto durmas achatando flores....".

A recriação do ambiente é perfeita. Shakespeare nos fala sobre o temperamento de cada um de seus personagens e o meio em que se movem. Diz Oberon em outra cena:

.."Sei o lugar onde há belo canteiro que o ar embalsama de agradável cheiro do tomilho selvagem, da sincera violeta e da graciosa primavera, onde há latada de fragrantes rosas e madressilvas nímio dulçorosas. Titânia ai parte da noite dorme sob gracioso dossel petaliforme, por danças e canções acalentada."

Outro acerto do escritor é que permite que as fadas intervenham no destino dos homens. Por erro, o duende Berto atira um filtro amoroso nos olhos de Lisandro, fazendo-lhe crer que está apaixonado por Helena, convertendo desse modo uma situação de enredo em uma cena dramática.

Essa tensão nos permite assistir a uma possível interpretação da realidade: os sentimentos dos homens não são reais, mas sim capricho das fadas ou dos deuses, que estão em um plano superior ao nosso e que brincam conosco. Não há um destino escrito para o homem, tudo pode mudar a qualquer momento e os homens são apenas marionetes nas mãos dos seres superiores.

Nessa cena as fadas intervêm na vida dos homens da mesma maneira que os deuses gregos intervinham na Ilíada de Homero.

Nessa obra de Shakespeare, no entanto, não há uma descrição física detalhada de Titânia. Sabe-se que ela é bela e possui personalidade forte, porém nada sabemos de sua aparência. Entretanto, desde que Shakespeare a converteu em mito, muitos tem sidos os retratos que foram feitos dela.

Em um quadro de Sir Joseph Noel Paton, "A reconciliação de Oberon e Titânia", nos apresenta a uma bela e nua Titânia, com cabelos em cachos e dourados, com uma cinta de flores nos quadris e longas asas. O detalhe do cabelo dourado e das longas asas da rainha, são a tônica geral em todos os quadros que foram pintados sobre ela. Em certas ocasiões aparece vestindo uma saia longa e transparente.

O cinema, no ano de 1999, sob a direção de Michael Hoffmann, nos mostrou o rosto de Titânia, encarnado desta vez pela atriz americana Michelle Pfeiffer, que apareceu de novo com seu cabelo loiro coberto de flores e com um olhar tremendamente doce.

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